sábado, 24 de dezembro de 2011

O fim da História ou a anunciação dos nacionalismos do passado

Nesta crise, com os remédios que têm sido escolhidos para a tratar, arrastam-se muitos efeitos secundários.
A busca de finanças sãs está a afectar a economia social pela redução dos investimentos em sectores tradicionalmente da competência do Estado: saúde e educação. A redução das “gorduras” anunciadas, são meras subtracções ao sustento essencial da população mais pobre e desprotegida, e essas reduções de despesa têm recaído, na prática, sobre salários e pensões.
Nas receitas, através das mais variadas formas de obtenção de financiamento necessário ao funcionamento do Estado, vai-se paulatinamente agravando os impostos à generalidade da população (com especial incidência sobre uma classe média que se vai degradando), e sufoca-se a economia. O efeito perverso de tentar obter receitas a todo o custo está já a reduzir, em vez de as aumentar, e a derradeira fonte de obtenção de fundos que poderiam salvar o Estado da nação esvai-se como num doente que perde o sangue até à última gota.
As esperanças de salvação numa nova economia voltada para as exportações de produtos transaccionáveis também sofrem reveses. À medida que o efeito de contágio da crise vai-se alastrando a outros países da Europa (que fazem parte do principal mercado português para as exportações) as soluções que se pensavam salvíficas são-no cada vez menos.
O passar do tempo com as soluções a escassearem, mostra que o futuro mais previsível da Europa é perder domínio ou refugiar-se sobre si mesma, através de proteccionismos antigos. A globalização que parecia benéfica para a Europa, torna-se, cada vez mais favorável aos designados países emergentes (BIRC – Brasil, Índia, Rússia e China) e prejudicial à Europa Ocidental e países do eixo-atlântico (Estados Unidos e Canadá).
Na História do século passado, a crise da “Grande Depressão” dos anos trinta conduziu à proliferação de regimes autoritários predominados por ideologias nacionalistas e os indícios actuais parecem ditar que se caminha novamente para uma nova tragédia civilizacional na velha Europa.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A noite mais curta e o dia mais longo: comemorações do S. João

Há uma noite que surge com o céu completado de estrelas diferentes, marcadas por luzes que iluminam o cenário novo que se abre para a noite escura. Nessa noite, as ruas para circulação transformam-se no lugar de todos. A cidade deixa de ter avenidas, ruas e vielas para ser um caneiro de gente que corre para o rio como um mar, e deixar, aos primeiros raios de sol, abraçar-se pelo Atlântico.
A mais curta noite do ano, que faz comungar o profano e o sagrado com a mesma devoção, celebra o Santo mais irreverente do Cristianismo com a circunstância e a pompa dos cultos profanos do passado e faz uma festa para crentes e foliões que nem se sabe bem quem são!
O solstício de Verão é dedicado a S. João, como o solstício de Inverno foi a Jesus. São as marcas duma religião adoptada por um Império pagão que não quis abandonar completamente os rituais anteriores para não arriscar perder o poder de mandar.
No S. João e na cidade do Porto completam-se todos os caminhos que vieram do Cristianismo e do Império. A noite curta dá largas à imaginação e leva nos balões que sobem no céu os desejos de converter os sonhos em realidade até ao raiar daquele dia. Em cada desejo vê-se um balão, e desse amontoado de novas luzes no céu renasce o sentido cósmico renovado todos os anos pela magia da noite que se encurta para deixar sobreviver o maior dos dias.
O ritual católico mostra a tímida oração da missa que serve de álibi ao sacrifício animal que irá alimentar a vontade insaciada do sabor da carne tenra, rara no passado, mais abundante agora, para comprovar a satisfação penitente da devoção cumprida ao longo de gerações esquecidas.
E no intervalo de todas as celebrações ouvem-se os “martelos” que se fizeram instrumentos de música e brincadeira!

sábado, 12 de março de 2011

Portugal “à rasca”

A revolução está eminente como em tantos outros momentos da História. Portugal, durante o século XX, foi sujeito a três revoluções que alteraram o ordenamento político nacional. Dessas revoluções fizeram-se monarquias em repúblicas, estados democráticos em ditaduras, e ditaduras em novas democracias.
A mudança da monarquia para a república alterou, fundamentalmente, a representação dum Estado de natureza constitucional monárquica para um regime parlamentar laico, com a separação dos poderes religiosos e políticos.
A ascensão do “Estado Novo” veio resgatar um Estado em eminência de insolvência e repor todas as ideias de sobriedade, para o corpo e para a alma, numa visão que acreditava na réstia de Portugalidade que estava dispersa na diáspora Lusitânia.
No final da 2ª Guerra Mundial o mundo alterou-se, finaram-se os regimes “musculados” que tinham florescido nos anos trinta (Estado Novo incluído), e os ventos de mudança sussurravam as vozes da libertação dos povos. Em Portugal, as elites só acordaram com a força dos furações (ou dos canhões que rugiram nas antigas províncias ultramarinas), e a força demolidora da realidade colocou a nu a insustentabilidade do “status quo”.
O 25 de Abril de 1974 foi a consequência duma letargia da nação à realidade, e não tanto a reacção duma vontade inamovível de mudança. Já passaram quase quarenta anos desde que o país se tornou numa democracia republicana e laica. Nestes anos sofreram-se as histerias da revolução e os benefícios de se ter aderido à comunidade económica europeia e à união europeia.
Neste último período da História de Portugal o país modificou-se. Continuou-se a cometer os erros de sempre e a acreditar que a melhor das curas é não se fazer o que é preciso ser feito (contrariando a cantiga do Abrunhosa), e que a espera dum tempo melhor só acontece se o país ficar quieto, calado a um canto à espera que a tempestade passe!
Este Portugal “à rasca” que hoje se insurge nas ruas mobilizado pelas novas gerações deseja-se que seja o epitáfio do “desenrasca” que tantos danos causou, ao longo dos tempos e em todas a gerações, em prejuízo de muitos e beneficio de muito poucos.

sábado, 5 de março de 2011

Portugal e o legado das Fundações

Num país com centenas de Fundações, muitas apoiadas financeiramente pelo Estado, mas que na generalidade desconhece-se a sua existência e para que servem, confirma-se que as excepções servem para confirmar a regra. E as excepções são aquelas instituições que contribuem com um trabalho e serviço válido à sociedade onde o carácter da Fundação privada com interesse público prevalece.
Nos anos cinquenta, durante a vigência do “Estado Novo” de Salazar, surgiu a Fundação Calouste Gulbenkian. Esta instituição privada com carácter público veio dinamizar um país pobre, com pouco recursos e escassa oferta cultural, transformando, desde então, a oferta cultural, educação e ciência de Portugal. Quem não se recorda das bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian que permitiram o primeiro contacto com a leitura de tantos jovens que viviam longe das escassas bibliotecas existentes na altura? E o inegável contributo ao proporcionar a oportunidade a jovens de poderem prosseguir os seus estudos com as “bolsas” que eram concedidas?
A partir de 1969, com a inauguração do edifício-sede em Lisboa que, além de ser uma obra arquitectónica de inegável qualidade e distinção, permitiu também à população Portuguesa (e não só!) tomar conhecimento da notabilíssima colecção de arte do Benemérito Arménio.
Na investigação científica, pelo Instituto Gulbenkian de Ciência, deram-se também enormes contributos na projecção do nome de Portugal na investigação científica em áreas de medicina, biotecnologia, etc.
O exemplo de Gulbenkian, felizmente, inspirou outros a seguirem-no e, em Portugal, temos, pelo menos, mais dois exemplos relevantes: Fundação Champalimaud e Fundação Francisco Manuel dos Santos.
A Fundação Champalimaud, com o Centro de Investigação Científica localizada junto ao Tejo tem a ambição de torna-se uma referência mundial na investigação científica de projectos na área da neurociência e oncologia. A criação da fundação depois da morte do seu mentor que lhe dá o nome, António Champalimaud, em 2004, fez, em pouco mais de seis anos, um Centro de Investigação que tem a colaborar nos seus projectos muitos dos principais cientistas da área de biomédica que irão cumprir o desejo de Champalimaud em contribuir para o bem-estar da Humanidade.
A Fundação Francisco Manuel dos Santos, orientada pelo sociólogo António Barreto, na sua escassa existência já dispõe dum trabalho visível e relevante para o conhecimento sociológico do país dos últimos cinquenta anos. A criação do PRODATA - Base de Dados de Portugal Contemporâneo é um dos produtos desse trabalho. Outro meritório trabalho, tem sido a publicação de ensaios com interesse para todos os Portugueses, porque são documentos que se dedicam a estudar aspectos concretos do nosso país e da nossa realidade (que todos devíamos dedicar atenção, principalmente muitos dos políticos que se mostram tão pouco informados). Dos ensaios já publicados destacam-se os títulos da “Economia Portuguesa” de Luciano Amaral e o “Justiça Fiscal” de Saldanha Sanches, entre muitos outros. Estes documentos que se comercializam a preços acessíveis vêm desmitificar o acesso à informação com a desculpa de ser cara e/ou incompreensível!
Estes exemplos comprovam que entre as Fundações existentes, algumas desempenham mesmo “serviço público” e servem o país. Muitas dessas instituições, de iniciativa privada, são a melhor manifestação da bondade dos seus fundadores e que deviam servir de incentivo a que muitas mais existissem, como acontece noutros países, nomeadamente nos Estados Unidos onde este tipo de instituições são mais comuns e têm maiores tradições (veja-se o caso da Fundação do Bill Gates, por exemplo e do trabalho que desenvolve).

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A incerteza do futuro e o esquecimento do passado

Na passada sexta-feira, depois de dezoito dias ininterruptos de manifestações e protestos nas ruas do Cairo, o presidente Mubarak abdicou do cargo e entregou os destinos do país aos militares. O dia onze de Fevereiro de 2011 tornou-se no primeiro do resto das vidas dos Egípcios para alcançar a democracia. A partir de agora, aguardam-se muitas mudanças e a única certeza que aquele povo tem é que nada do que virá a acontecer no país será igual ao que até aqui perdurou.
A revolta, convocada pela internet a partir do facebook e twitter, iniciou-se na Tunísia e alastrou ao Egipto. Agora ameaça toda uma região de países com regimes “musculados” tutelados pelo Ocidente numa região estratégica para o mundo civilizado.
O ano de 2011 iniciou com um clima de incerteza herdado dum ano onde o “Euro” foi ameaçado a par do endividamento comprometedor de muito dos países que o constituem. Aparentemente sem motivos evidentes, surgiu no médio oriente, numa explosão de mudança, a geração dos jovens “deserdados” da perspectiva de emprego e futuro. O ano que parecia querer mostrar mais fundo o desânimo e a ausência de esperança, rebenta com a detonação dos mais jovens, num desígnio de mudança que faz acreditar num futuro melhor conduzido pelas novas gerações.
Em Portugal foi notícia da semana a descoberta duma idosa que estava desaparecida (e morta) dentro do seu apartamento há nove anos! Durante quase uma década, num bairro populoso da periferia de Lisboa a PSP e GNR ignoraram todas as chamadas de alerta de vizinhos e alguns familiares. A administração pública, tão diligente em cobrar impostos e outros tributos dos cidadãos, considerou normal alguém não reclamar o valor da sua aposentadoria, nem ter liquidado os impostos devidos e outras responsabilidades ao ponto de provocar o arresto dos bens, nomeadamente o apartamento.
Esta história é uma chamada de atenção para a situação de isolamento que muitos cidadãos vivem, principalmente as pessoas mais idosas. Alerta que não basta existir um “estado social” que garante algum rendimento aos nossos “seniores”, e que é importante que saibamos dignificar estes cidadãos com o carinho e a valorização da sua existência na recta final da vida, além de os não sujeitar ao abandono e ao esquecimento.
Um povo vale mais quando oferece uma perspectiva de futuro às gerações emergentes e é capaz de dignificar aqueles que garantam a memória desse povo. Parece que tanto numa como noutra situação ainda existe muito a fazer, e que só seremos uma sociedade melhor quando as gerações activas começarem a preocupar-se com as gerações vindouras e passadas.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Viagem a Portugal

No início dos anos oitenta do século passado, aquando da comemoração do décimo aniversário do “Circulo de Leitores”, José Saramago foi convidado para percorrer o país e transformar essa experiência num conjunto de relatos compilados em livro. O desafio foi aceite e o resultado foi a “Viagem a Portugal”. No final de 2010 o “Circulo de Leitores”, invocando a memória do autor recentemente desaparecido, decidiu reeditar essa viagem longínqua ao país já quase esquecido, mas recordado pela identidade que nunca abandona o lugar que lhe dá a essência.
Em quase quatrocentas páginas o autor descreve os encontros com os monumentos e os rostos que vão aparecendo. Não perde a oportunidade de oferecer as impressões sobre a arquitectura que marca os lugares e as pessoas que lhes dão vida. Relata o percurso pelos caminhos que avivam as memórias da história e justificam aquela escolha em detrimento doutra qualquer. Não esquece a paisagem que impede a possibilidade de termos outras igrejas, castelos, mosteiros, palácios, etc. E faz das planícies, planaltos e montanhas o desenho do território nacional moldado pela natureza e pela vontade dos homens que foram fertilizando a terra com a sua força.
Na vontade de relatar o país existiram outras bem sucedidas experiências. Lembrem-se dos relatos do exílio do penúltimo presidente da primeira república, Manuel Teixeira Gomes, conhecido por presidente-escritor que descreveu as suas viagens em Portugal no livro “Reencontros”. Miguel Torga, nos anos cinquenta do século vinte, também descreveu filosoficamente as diferenças territoriais de clima e topografia do país, traduzidos numa publicação exemplar denominada “Portugal”.
Nesta “Viagem a Portugal” encontramos um Saramago que ainda não tinha escrito o “Memorial do Convento” e provavelmente nem imaginava ser autor duma obra polémica como o “Evangelho segundo Jesus Cristo”. Esta obra apresenta-se com textos marcados por uma aura poética que estão longe do registo azedo de obras posteriores. Mostra um autor marcado por uma identidade cultural europeia, onde as tradições judaico-cristãs são umas das principais referências. É um livro de leitura saboreada, quer pela forma que apresenta o conteúdo, quer pela erudição que revela.
As histórias divulgadas nesta obra mostram um Portugal que está longe das cidades; revela as tradições que passam entre gerações, mas arriscam-se desaparecer na desertificação de muitas aldeias, principalmente do interior. Esta é a viagem que testemunha uma outra, mais longa, que vem desde o início da nacionalidade (ou mesmo antes) e traz agarrada a herança do que é Portugal: um país que faz o que só nele se sabe fazer!
Esta é a viagem que nos faz acreditar no futuro, porque mostra a longevidade da sobrevivência da memória; capaz de revelar a solução do desânimo destes tempos difíceis, onde a cultura e as tradições são os motores que produzem o que só se pode produzir em português, e faz desejar palmilhar os caminhos perdidos, de Concelhos e Freguesias, à procura daquilo que esteve sempre ali à espera de ser colhido e valorizado.
Esta “Viagem a Portugal” é a testemunha ocular que ensina que Portugal é único e vale a pena!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A Star is born! (Nasceu uma estrela!)

Há coincidências! Afinal a escritora Margarida Rebelo Pinto não tinha razão! Nasceu uma estrela! E não se trata do novo filme que o consagrado Clint Eastwood pretende realizar para apresentar em 2012 ao público e que terá a atriz-cantora Beyoncé como protagonista da terceira versão da longa-metragem do clássico “a star is born!” (nasceu uma estrela!). Apesar da cinefilia que persegue o autor do texto não é sobre cinema que recairá a análise deste artigo, mas sobre as últimas eleições presidenciais do passado dia 23 de Janeiro.
No passado domingo, contrariando todas as expectativas que a campanha eleitoral tinha criado, o acto eleitoral permitiu o nascimento duma estrela! Não uma estrela de teatro ou artes de palco igual à do filme, mas antes uma estrela das artes políticas.
Cavaco Silva, acabou por sair vitorioso nestas eleições com um resultado previsível e pouco surpreendente. Alcançou a vitória na primeira volta do acto eleitoral com uma perda de 500 mil votos em comparação a 2001.
Manuel Alegre foi o derrotado da eleição. Não foi capaz de adiar o desfecho eleitoral numa segunda volta, nem conseguiu “segurar” o milhão de votos de 2001, ultrapassando ligeiramente os 800 mil votos desta vez.
Nestas eleições, os factos relevantes foram as manifestações de protesto expressas em voto. Fernando Nobre conseguiu amealhar mais de 500 mil votos de descontentes com a democrácia actual, acabando por funcionar como o “Alegre do Alegre” graças ao discurso anti-politico de que se serviu na campanha e valeu-lhe a confiança da maioria dos descontentes com os políticos-profissionais que dominam as instituições públicas portuguesas. O número dos votos nulos e brancos alcançou a fasquia dos 200 mil, que é inédito na história das eleições portuguesas. Mas o mais surpreendente foi o resultado do candidato Manuel Coelho que atingiu um resultado de cerca de 250 mil votos, onde 50 mil foram obtidos no círculo eleitoral da Madeira valendo-lhe ali o segundo lugar, logo atrás de Cavaco Silva. Este acontecimento configura-se como algo extraordinário que permite afirmar que nasceu uma estrela na política portuguesa!
Os resultados destas eleições deviam preocupar os políticos que ocupam lugares de relevo e que têm a possibilidade de alterar o sistema eleitoral e político-constitucional de Portugal. O volume de descontentes tem crescido avassaladoramente e nestas eleições tiveram, sem contabilizar com a abstenção, cerca dum milhão de votos. É o nítido descontentamento com o que se discute na política e como o sistema democrático funciona e representa o povo. Só assim se entende que 200 mil eleitores se tenham dado ao trabalho de se dirigirem às urnas para votarem nulo ou branco. É sintomático dum enorme descontentamento e deveria servir como sinal de alerta!
Outro dado importante que estas eleições mostraram é que qualquer candidatura que se diga anti-política e que hostilize a classe política instituída tem fortes possibilidades de conseguir uma aderência considerável dos eleitores. Esta evidência deveria chamar a atenção de quem nos governa e dos partidos que têm assento na assembleia da república, porque a partir de agora não vão faltar populistas à procura da sua oportunidade para conseguirem uma eleição.
As condições de fragilidade a que se chegou são terreno propício para se cultivar extremismos e anti-corpos à política, sendo que muito do que está a acontecer agora traz à lembrança os tempos que fizeram florescer os regimes ditatoriais dos anos trinta do século XX.
O fim das ideologias e do combate ideológico que serviu à hegemonia do pensamento político oferecido pela “queda do muro” pode trazer a explosão social que muitos danos podem provocar à civilização democrática ocidental. Quem supôs que o “fim da história” culminaria com o domínio do capitalismo como ideologia política e económica, engana-se! A sustentabilidade do estado social pode ser a sustentabilidade da democracia e nenhuma ganância irracional resolverá este problema! A ganância da oligarquia política que comanda a Europa vai-se tornar a sua desgraça se não começar a pensar na salvação da Europa que renasceu do pós-guerra dos anos quarenta em vez de a tentar destruir!